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Igor Pinheiro

C.E.O da Inova Civil
Ativo 17

Os Tipos e as Patologias Vistas nas Argamassas

     As argamassas são um dos materiais mais utilizados na construção civil pois são usadas para diversas finalidades. Existem diversos tipos de argamassas para as mais diversas situações, então é muito importante que os profissionais da área conheçam as suas características para que possam fazer a escolha adequada. Além disso, vamos falar um pouco sobre a possíveis patologias que vir a ocorrer nesse material.

Figura 1 – argamassa.

      Argamassas é uma mistura homogênea entre um ou mais aglomerantes, agregados miúdos e água, podendo ou não conter aditivos. Elas se caracterizam por possuírem caraterísticas plásticas e adesivas quando são aplicadas e após um certo período de tempo tornarem-se rígidas e resistentes.

     Aglomerante: geralmente, o cimento Portland, que reage na presença de água formando cristais e ganhando resistência mecânica, ou seja, ele é utilizado como uma ligante que ganha resistência mecânica quando seco

     Agregados miúdos: areia silicosa e quartzosa; areia siltosa e argilosa; pedriscos.

     São utilizadas para assentamento de blocos, tijolos, revestimentos, dentre outros. Também é muito comum em revestimento de paredes, tetos e em reparos de peças de concreto.

     Como existem diversos tipos, a escolha deve ser feita de acordo com as exigências de cada obra. Mas, de modo geral, todas as argamassas devem possuir as seguintes características

  • Resistência mecânica;
  • Compacidade;
  • Impermeabilidade;
  • Constância de volume;
  • Aderência;

Os tipos de argamassas

    As argamassas podem ser classificadas de diversas formas então vamos conhecer algumas dessas classificações.

Segundo a utilização:

     Esse é o tipo de classificação mais comum na construção civil, os demais são pouco utilizados.

  • Argamassas para assentamento de alvenarias:

     Esse tipo de argamassa é utilizado para assentamento de blocos cerâmicos unindo por meio de ancoragem mecânica, ou seja, ela cria “raízes” nos poros do bloco cerâmico e se fixa.

     Geralmente, esse tipo de argamassa é produzida em uma central ou no pavimento com o uso de betoneiras, mas, também pode ser comprada pronta. O tipo de argamassa pronta mais utilizada é a estabilizada. Ela recebe a adição de polímeros que conseguem retardar a hidratação do cimento, evitando que o material fique enrijecido antes de chegar ao local de aplicação. A vantagem de utilizar esse tipo de argamassa é a redução da quantidade de mão de obra e dos desperdícios de material.

  • Argamassas para revestimentos: 

     Esse tipo é utilizado para recobrir, corrigir defeitos e dar rugosidade. Elas são comumente divididas em chapisco, emboço e reboco.

     O chapisco é a camada mais áspera e grossa de argamassa que é aplicada na parede, ele fica diretamente em contato com os tijolos e a sua função é aumentar o atrito para garantir uma maior aderência das próximas camadas.

Figura 3 – Argamassa para chapisco sendo aplicada.

      O emboço é o revestimento intermediário, vindo logo acima do chapisco. Com uma superfície áspera a sua função é tornar a superfície mais nivelada, facilitando a aplicação do reboco. Além disso, ele também realiza funções relacionadas a impermeabilização da parede.

Figura 4 – Emboço.

     O Reboco é a camada última camada e sua função é dar acabamento, com essa camada a parede deve ficar plana e lisa, preparada para receber outros acabamentos como pintura.

Figura 5 – Reboco.
  • Argamassas colante

     A argamassa colante, como o nome deixa evidente, é utilizada para colar peças. Ela muito utilizada, principalmente na aplicação de pisos e revestimentos cerâmicos. Ela é composta por uma mistura de cimento Portland, um agregado muito fino e polímeros que dão adesividade a mistura.

Figura 6 – Argamassa colante sendo utilizada para assentamento de piso.

      Existem vários tipos de argamassa colante, então é bom conhecer cada um deles para determinar a mais adequada para as necessidade de cada obra.

Figura 7 – Tipos de argamassas colantes.
  • Argamassas de rejunte:

      Esse tipo de argamassa é utilizado para preencher juntas de assentamento entre placas cerâmicas e dar acabamento ao revestimento. Elas possuem baixa impermeabilidade, sua cor é estável, e são capazes de absorver pequenas deformações.

Figura 8 – Argamassa de rejunte sendo aplicada.

     As duas próximas classificações são bem menos usuais, mas, é sempre interessante quais são.

Segundo o tipo de aglomerante:

  • Argamassas aéreas: Cal aérea e gesso.
  • Argamassas hidráulicas: Cal Hidráulica e cimento;
  • Argamassas mistas: Argamassa com um aglomerante aéreo e um hidráulico.

 

Segundo a dosagem.

  • Pobres ou magras: Quando o volume de aglomerante é insuficiente para encher os vazios do agregado.
  • Cheias: Quando os vazios do agregado são preenchidos exatamente pela pasta.
  • Ricas ou gordas: Quando houver excesso de pasta

 

Patologias em argamassas

     Além de conhecer os tipos de argamassas é necessário saber quais problemas podem afetá-las e como resolvê-los. Então agora vamos falar sobre as patologias em argamassas.

Eflorescência – Manchas de umidade, pó branco acumulado sobre a superfície.

     As eflorescências podem ter várias causas, as mais prováveis são as infiltrações ou umidade constantes, a presença de sais solúveis na peça de alvenaria ou na água de amassamento da argamassa.

     Reparo: eliminação da infiltração de umidade, secagem do revestimento, escovamento da superfície, reparo do revestimento se estiver pulverulento.

Figura 9 – Eflorescência.

Bolor – Manchas esverdeadas ou escuras, revestimento em desagregação.

      Os bolores são causados pela presença de umidade constante e por falta de exposição ao sol na área.

      Reparo: eliminação da infiltração da umidade, lavagem com solução de hipoclorito, reparo do revestimento se estiver pulverulento.

 

Figura 10 – Bolor.

Vesículas – Empolamento da pintura com parte interna branca, preta ou vermelho castanho.

      As vesículas podem ter causas diversas, sendo as principais a hidratação retardada do óxido de cálcio da cal, presença de pirita ou de matéria orgânica na areia, presença de substâncias ferruginosas na areia.

      Reparo: renovação da camada de reboco.

Figura 11 – Vesículas.

Descolamento com empolamento – A superfície do reboco descola do emboço formando bolhas.

      A principal causa desse tipo de patologia é a hidratação retardada do óxido de magnésio da cal.

     Reparo: renovação da camada de reboco.

Figura 12 – Descolamento com empolamento.

Descolamento em placas duras – Placas endurecidas que quebram com dificuldade. Sob percussão, o revestimento apresenta som cavo.

      Essa é uma das patologias mais comuns e as suas possíveis causas são muito variadas, sendo as principais: argamassa muito rica em cimento ou aplicada em camada muito espessa, corrosão da armadura do concreto de base. Também é possível que a superfície da base seja muito lisa ou esteja impregnada com alguma substância hidrófuga, ou ainda a camada de chapisco tenha sido aplicada.

      Reparo: renovação do revestimento para as duas primeiras causas. Apiloamento (compactação) da base, aplicação de chapisco ou outro artifício para melhorar a aderência, antes da renovação do revestimento, para as duas últimas.

Figura 13 – Descolamento em placas duras.

Descolamento em placas quebradiças – Placas endurecidas, mas quebradiças, desagregando-se com facilidade e som cavo.

      Geralmente esse problema é causa por dois motivos, o primeiro é a argamassa magra, ou seja, não possui aglomerante suficiente para preencher os poros do agregado, o segundo é a ausência da camada de chapisco.

      Reparo: renovação do revestimento e no segundo caso aplicação do chapisco antes de fazer a renovação.

Fissuras horizontais – Aparecem ao longo de toda a parede, descolamento do revestimento em placas, com som cavo.

      Uma das patologias mais encontradas na construções, suas principais causas são:  expansão da argamassa de assentamento devido hidratação retardada do óxido de magnésio da cal, expansão da argamassa de assentamento pela reação cimento/sulfatos ou devido à presença de argilo-minerais expansivos no agregado.

     Reparo: no primeiro caso, renovação do revestimento após a hidratação completa da cal na argamassa. No segundo, a solução deve ser pensada de acordo com a intensidade da reação expansiva.

 

Fissuras mapeadas – Distribuem-se por toda a superfície do revestimento em monocamada. Pode ocorrer descolamento do revestimento em placas (fácil desagregação).

      A principal causa é a retração da argamassa, podendo ser por excesso de finos de agregado, de água de amassamento ou por ter o cimento como único aglomerante.

      Reparo: reparo das fissuras e renovação da pintura, renovação do revestimento em caso de descolamento.

Figura 14 – Fissuras mapeadas.

 

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REFERÊNCIAS

Varela, Márcio. Materiais de Construção Argamassa. IFRN. Disponível em: < https://docente.ifrn.edu.br/marciovarela/disciplinas/materiais-de-construcao/aula-4-argamassa >.

Escola Engenharia. Argamassa: O que é, principais tipos e propriedades. Disponível em: < https://www.escolaengenharia.com.br/argamassa/ >.

Andrelit argamassas e revestimentos. NORMAS ABNT – CONHEÇA AS PRINCIPAIS NBRS QUE AS ARGAMASSAS DEVEM SEGUIR. Disponível em: < http://andrelit.com.br/normas-abnt-conheca-as-principais-nbrs-que-as-argamassas-devem-seguir/ >.

Figura 1 – Disponível em: < https://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/argamassas-especificacoes/ >.

Figura 2 – Disponível em: < https://br.123rf.com/photo_41576316_trabalhador-da-constru%C3%A7%C3%A3o.-pedreiro-pedreiro-instalar-tijolo-vermelho-com-faca-esp%C3%A1tula-de-vidrac.html >.

Figura 3 – Disponível: < http://blog.moretto.com.br/?p=983 >.

Figura 4  – Disponível em: < https://fotos.habitissimo.com.br/foto/riscamento-do-emboco_927967 >.

Figura 5  – Disponível em: < https://pedreirao.com.br/diferenca-recobo-e-emboco-passo-a-passo/ >.

Figura 6  – Disponível em: < https://precon.com.br/portal/argamassas-colantes/ >.

Figura 7 – Disponível em:  < https://www.escolaengenharia.com.br/tipos-de-argamassa-colante/ >.

Figura 8 – Disponível em: < https://www.krona.com.br/blog/tag/rejunte/ >.

Figuras 8, 9, 10, 11, 12 ,13 ,14 – Varela, Márcio. Materiais de Construção Argamassa. IFRN. Disponível em: < https://docente.ifrn.edu.br/marciovarela/disciplinas/materiais-de-construcao/aula-4-argamassa >.

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