“Na vida de todo homem chega um momento em que alguém bate no seu ombro e oferece uma chance de fazer algo muito especial, única para ele e adaptada a seus talentos. Que tragédia se esse momento o encontra despreparado ou sem as qualificações para o trabalho que deveria ser o seu melhor momento.” (Churchill)
Era uma vez o Ricardo, estagiário esforçado tanto na faculdade de Engenharia Civil quanto no trabalho desempenhado todos os dias na empresa. Enfim, um rapaz aparentemente comum e que fazia o que todos esperavam dele: nunca faltava uma aula da faculdade, prestava atenção em praticamente todas as explicações dos professores e conseguia notas boas nas avaliações. Antes mesmo de concluir a faculdade, já havia feito o curso de Autocad, Excel e outros de curta duração. Portanto, estava preparado para qualquer desafio. Bom trabalho, Ricardo!
Já o Eduardo, por outro lado, é recém-formado (“UFA! Finalmente botaremos a mão na massa, odiava ter que ir para aquela faculdade todos os dias!”) e com toda a vontade que existe para conseguir vencer na vida. Sempre escutava o que os donos da empresa queriam e tentava sanar todas as pendências das obras. Só que todo dia ele sofria em explicar os detalhes daquele empreendimento por causa dos projetos incompletos ou orçamentos “furados”, ou seja, defeituosos.
Por fim, havia o Wagner, empresário renomado, que estava aplicando a mesma teoria há 20 anos. Consequentemente, as novas empresas do mercado estavam cada vez mais tomando esse território que havia sido conquistado a tanto suor e lágrimas.
MASSSS…..
O que diabos todos eles têm em comum?!
Simples….
A INOVAÇÃO OS ATROPELOU!
Penso que há diversos motivos para as falhas, mas vamos com um resumo delas:
a) Ricardo, estagiário e graduando de Engenharia Civil = Não se ateve às grandes inovações, já que se limitou a realizar cursos convencionais e a aprender apenas as práticas graças às dicas infalíveis daqueles funcionários das obras que nunca tiveram um treinamento na vida (Faço isso há 20 anos! Nunca deu errado!).
b) Eduardo, recém-formado e engenheiro responsável por um grande empreendimento = Afinal, não seria melhor pensar um “pouco fora da caixa”. Para que deixar os quantitativos nas mãos dos bombeiros ou encarregados de obras? E se existisse um projeto compatibilizado? E se, além disso, houvesse um orçamento fiel ao projetado?! Com praticamente todos os quantitativos ao alcance de um click?! Pois é meu amigo Eduardo, talvez exista um caminho mais fácil.
c) Wagner, empresário de destaque do mercado, porém acha que a empresa já tem a receita do sucesso infinito = Meu estimado amigo, como você acha que a Apple ganhou da IBM?! Na década de 80, todos achavam que a IBM iria dominar todo o mundo com seus computadores. Estamos em 2018 e todos já sabem como essa disputa do século 20 acabou. Inove constantemente (Olhem o Steve Jobs sorrindo com o lançamento do primeiro iPhone, Figura 2).
A indústria da construção civil não é diferente de qualquer outra, porém pode-se salientar que apresenta mais atrasos nos métodos construtivos. A principal ferramenta da nossa construção civil foi idealizada na ROMA ANTIGA: A COLHER DE PEDREIRO, Figuras 3 e 4.
Portanto, utilizando o exemplo mais simples do atraso em alguns aspectos da nossa construção civil, o INOVACIVIL propõe uma possibilidade para mitigar todas essas possibilidades e evitar que você seja o Ricardo, o Eduardo ou o Wagner (Não queremos que seja atropelado pelas inovações que estão ocorrendo HOJE).
1. BIM (BULDING INFORMATION MODELING)
O BIM, um dos desenvolvimentos mais promissores do âmbito da Engenharia e Arquitetura, é um sistema de modelagem de empreendimentos por meio de um sistema integrado de plantas, materiais, quantitativos de custo e outras informações em gerais que permitem a execução do projeto (Figuras 5 a 7).
Essa modelagem permite que os projetistas simulem diversas alternativas de forma rápida, segura e eficiente. Afinal, ninguém irá construir com a intenção de refazer tudo. Bem melhor, então, simular quantas vezes quiser digitalmente.
E se houver vários projetistas alimentando o mesmo projeto?? Imagine o projetista das instalações elétricas trabalhando juntamente com o arquiteto e com o calculista, será que aquele tubo do tipo eletroduto que está se chocando com uma viga na sua obra não seria percebido na conferência das incompatibilidades do projeto?!
Essa imagem a seguir (Figura 8) demonstra o que é o BIM de forma bem explicativa: Metodologia que envolve o DESIGN, CONSTRUÇÃO, OPERAÇÃO e MANUTENÇÃO de um empreendimento, ou seja, fornece as ferramentas que auxiliam um projeto do início da vida útil até o final. Maravilha, não é mesmo?!
Em suma, o BIM proporciona a facilidade de acompanhar os projetos durante toda a vida útil, promovendo o total controle do empreendimento.
1.1 DIMENSÕES 3D A 7D
A visão global do projeto, como citado anteriormente, é uma das grandes vantagens desse sistema, ou seja, há a integração do projeto, planejamento, orçamento e controle das obras, reduzindo os custos e atrasos.
O BIM 3D é bem simplista e a versão mais conhecida por todos: Projetos nas três dimensões disponíveis com todo o detalhamento necessário. Nesse âmbito que há a identificação das possíveis incompatibilidades (os “choques” entre os projetos elétricos e estruturais).
Dando continuidade, o BIM 4D agrega o setor de planejamento. Então todos os elementos presentes no projeto são atrelados ao cronograma da obra? Exatamente, incrível não é mesmo?! O software NAVISWORKS é o grande parceiro dessa etapa, o qual possibilita a importação dos modelos criados no BIM atrelados aos softwares de planejamento, como o MS PROJECT e o PRIMAVERA.
Por fim, o BIM 5D agrega os projetos compatibilizados com o planejamento e com os CUSTOS da obra. Ou seja, nessa etapa todos os elementos do seu projeto agregam-se ao seu custo. Quaisquer atualizações no projeto atualizaram os custos previstos de maneira AUTOMÁTICA.
Além disso, há as dimensões 6D (Sustentabilidade – Foco no consumo energético) e o 7D (Manutenção – Operação e Gerenciamento de todos os equipamentos) que são adotados por empresas já experientes na metodologia BIM.
2. MORAL DA HISTÓRIA
Como moral da história, percebo que a Construção Civil Brasileira está passando por um momento de inovação disruptiva. O que seria isso? É um fenômeno em que a inovação transforma totalmente um mercado por meio da introdução da simplificação dos métodos, desestabilizando todos os concorrentes (Alguém aí se lembra do STEVE JOBS da APPLE?)
Agora lhe faço um questionamento, em especial aos Ricardos, Eduardos e Wagners do nosso meio profissional, vocês não acham que teriam uma vantagem competitiva com essa metodologia que já é pré-requisito nas empresas do exterior?!
Fica a indagação!
Um grande abraço