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Igor Pinheiro

C.E.O da Inova Civil
Ativo 17

Liderança e Comunicação no dia a dia de Obra

Figura 1 – O líder indicando o caminho a ser seguido.

Atualmente, vários engenheiros imaginam que não seja vital a adoção dos conceitos da administração, como a liderança, a comunicação e o trabalho em equipe. Pensam que não seria útil se ater a esses pequenos detalhes de relacionamento e que basta conversar com o seu subordinado direto, na maioria dos casos, o mestre de obras para que tudo ocorra da melhor maneira possível.

Um engano corriqueiro, afinal os seus operários devem estar motivados diariamente, ter aquela vontade semelhante aos guerreiros com “a faca nos dentes e sangue nos olhos”, ou seja, o desejo de se superar todos os dias. Há alguns anos, o funcionário comum ia ao emprego apenas para proporcionar o sustento aos seus familiares, porém, recentemente no Brasil, com certa distribuição de renda e a melhoria na qualidade de vida desses colaboradores, alguns desejos foram realizados e muitos outros criados.

Segundo o psicólogo Maslow, o ser humano possui algumas necessidades a serem satisfeitas, as quais poderão ser classificadas em níveis de hierarquia, figura 2.

Figura 2 – Hierarquia de necessidades de Maslow.

Em inúmeros canteiros de obras, o engenheiro se depara com os mais variados tipos de seres humanos, cada um com os seus desejos e necessidades. Sendo assim, é obrigação do engenheiro civil como modificador da sociedade, conhecer todos os seus funcionários e tentar proporcionar a melhoria nas respectivas qualidades de vida.

Em alguns casos, os de menor poder financeiro e baixo índice de escolaridade não entenderão as mensagens cujos teores poderão ser de fácil assimilação quando ouvidas por pessoas com maior instrução. O que o engenheiro deverá fazer nesse caso? Abandonar o rebanho? Terceirizar a responsabilidade da obra e da sua boa execução para outra pessoa? A resposta é simples: Irá deixar o sistema o mais transparente possível, evitando a propagação de erros comuns, além de liderar toda a equipe rumo aos objetivos comuns.

1. PRINCIPAIS ERROS DE COMUNICAÇÃO

Por exemplo, podem-se citar estes erros comuns devido às falhas de comunicação:

a) Projetos incompletos: Imagine então um pedreiro prestes a elevar uma alvenaria….. Pera, essa alvenaria não é a tradicional!!! Ela tem alguns detalhes bem estranhos! É uma alvenaria modulada com os seus respectivos projetos, figura 3.

Figura 3 – Alvenaria modulada, com diversos tipos de blocos.
Figura 4 – Alvenaria modulada, com diversos tipos de blocos.

Só para lembrar que a alvenaria com blocos de concreto têm a função estrutural, logo os cortes de maneira aleatória são proibidos. Portanto, o projeto irá informar onde se devem realizar essas intervenções e, as posteriores, instalações dos acessórios das instalações hidrossanitárias, elétricas e outros. Imagine um funcionário desavisado em um serviço como esse!!

Por isso, o supervisor deverá planejar um método simples, como o fornecimento de pastas com os projetos descritos de maneira bem clara, o acompanhamento de um eletricista até que os pedreiros assimilem o que deve ser feito, as placas indicativas e marcações que facilitem o entendimento e etc.

b) Projetos Personalizados: Muitos encarregados de obras tremem ao ver esses nomes. Por quê? Porque imaginam que irá dificultar os seus serviços, já que no Brasil há uma cultura de projetos baratos e execução cara. Logo, os projetos provavelmente serão entregues de forma incompleta aos executores dos serviços (Talvez o morador queira contratar apenas um arquiteto! E as modificações nas plantas hidráulicas e sanitárias? Como ficam? Resultado poderá ser visto na figura 5 = estresse e dor de cabeça).

Figura 5 – Projeto de baixa qualidade ou incompleto = dor de cabeça.

Então a provável cena acontecerá: O mestre de obras tentará assumir as rédeas da situação e irá alterar o projeto ao seu bem querer para que não haja prejuízos nos prazos de entrega.

Contudo, todos nós sabemos que o mestre de obra não teve a formação de um engenheiro. Presumem-se então furos na laje com espessuras distintas aos que deveriam ser realmente necessárias para atender o deslocamento de um sanitário ou a criação de um chuveiro com diâmetro equivocado ou o fechamento de uma tubulação necessária. As reuniões periódicas com todos os envolvidos constituem uma ótima solução para esse caso, figura 6.

Figura 6 – As dúvidas deverão ser sanadas por meio de reuniões periódicas.

c) Liberação de serviços: Geralmente, as obras residenciais são compostas de pavimentos tipos (Pavimentos com plantas semelhantes), então os serviços serão sequenciados: A alvenaria será executada primeiramente que o reboco e, assim, sucessivamente. Logo, qualquer serviço posterior somente será liberado para a realização caso o anterior esteja sem pendências. Não é o que acontece diariamente nos canteiros espalhados pelo Brasil.

A comunicação e a liderança também afetarão essa área:

Como o funcionário sequenciado saberá que aquele pavimento foi executado de acordo com o sistema de qualidade da empresa e RECEBIDO pelo responsável por esse sistema, será que começará o serviço sem essas informações?

SIMMM! Isso mesmo, em muitos casos quando há a tradicional correria na obra (Todo o dia praticamente), muitos serviços diversos são realizados, porém os responsáveis não têm o tempo necessário para as conferências, imagine então para as correções. Os terceirizados desonestos adoram isso, porque poderão produzir extenso volume de serviços sem nenhuma reclamação.

A conta chega com multa e juros no pós-obra, consequentemente a cabeça do engenheiro poderá rolar depois de tantos problemas construtivos.

Imagine finalizar um forro com pendências de instalações sanitárias?! Ou liberar para revestimento um banheiro ou cozinha com problemas de impermeabilizações?! Sem dúvidas, um problema garantido, figura 7.

Figura 7 – Alvenaria modulada, com diversos tipos de blocos.

2. LIDERANÇA NO CANTEIRO DE OBRAS

Obviamente que o engenheiro tende a ser o líder de uma obra, tentando sempre enfrentar e resolver todos os desafios, mas por que não o estagiário, o técnico de edificações, o encarregado ou o auxiliar de engenharia não poderão também ser eficientes e parceiros da empresa? Sempre há o seguinte questionamento: “É possível aplicar tudo o que estou aprendendo se não sou o chefe?”.

SIM!!!!

A resposta é um grande e sonoro SIM!!

Toda a ajuda de pessoas capacitadas e proativas é de enorme valia para o supervisor, afinal, ele não terá disponibilidade para receber os serviços diários: analisar se uma alvenaria está no esquadro ou não, se a esquadria foi assentada na altura certa ou até garantir a eficácia da impermeabilização dos terceirizados. Claro que a ajuda é bem-vinda, porém o engenheiro jamais poderá se desvincular da obra, ou seja, sempre deverá conversar com os funcionários, principalmente, os colaboradores diretos, como o responsável pelo recebimento de serviços.

Algumas dicas diárias e retiradas de dúvidas provirão uma economia e rapidez inimaginável da obra, além da qualidade necessária. Essa liderança de todos e do comando central do engenheiro, com certeza, proverá bons frutos (Uma equipe coesa e responsável, figura 8)

3. CONCLUSÃO

Depois de tantos comentários pertinentes e embasamentos com exemplos práticos, pode-se perceber a importância da liderança e da comunicação efetivas na obra, seja retirando dúvidas de processos construtivos ou motivando os colaboradores para superarem os desafios diários.

Vários métodos de administração estão sendo incorporados à engenharia civil, principalmente a gestão de pessoas. Uma equipe motivada, guiada por um líder humilde e que lidere pelo exemplo (não somente pelas as palavras), proporcionará o sucesso.

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