- A DRENAGEM NA ENGENHARIA
Atualmente, a construção civil engloba diversos processos até a entrega do produto final. Com tantas opções vigentes (cada uma com ampla diversidade de soluções e particularidades), cabe ao engenheiro decidir, embasado pelos parâmetros técnicos, logísticos e de viabilidade, qual o método a ser utilizado. A drenagem na engenharia também é guiada por esses padrões.
A drenagem é o termo empregado na designação das instalações destinadas a escoarem o excesso de água, ou seja, evita que aconteça casos de alagamentos, como na Figura 1, ou deslizamentos de terra, Figura 2. Há dois tipos indicados para o serviço de drenagem, a superficial e a profunda.
Figura 1 – Alagamentos em uma cidade brasileira.
Figura 2 – Desprendimento de aglomerado de solo, já que não havia o escoamento subterrâneo.
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DRENAGEM SUPERFICIAL
Esse método construtivo caracteriza-se por captar e, em seguida, escoar superficialmente as águas precipitadas em estradas, edifícios e outros. A água superficial é o material que resta da chuva após a evaporação e infiltração, sendo conduzida por elementos drenantes, a fim de evitar o acumulo d’água em locais indesejados.
As manilhas, os poços de visitas e as bocas de lobo são bastante conhecidos nesse método. A fim de facilitar, o entendimento de uma obra básica de drenagem superficial, podem-se explicitar algumas dessas características:
- FABRICAÇÃO DE PRÉ-FABRICADO (EX.: MANILHAS)
Primeiramente, prepara-se a armadura de acordo com o projeto disponibilizado na obra. Depois de findada a armadura, a coloca-se em uma fôrma metálica desmoldada previamente, figura 3.
Então, o entorno dessa fôrma é acoplado por um anel e, em seguida, deposita-se o concreto, o qual tinha como característica de projeto o Fck = 20 MPa.
Essa resistência foi atingida com a proporção 1:2:2 cujas proporções:
Dosagem em volume (umidade da areia = 4%):
Cimento = 1 saco de cimento de 50 Kg
Areia = 2 padiolas (45 X 35 X 24,5 cm)
Brita (D.máx = 19 mm) = 2 padiolas ( 45 X 35 X 24,5 cm)
Água = 28 litros
OBS: A dosagem não é uma receita de bola. Estude as especificações dos materiais, como granulometria e outros.
Figura 3 – Fôrma metálica com desmoldante e a armadura.
Figura 4 – Fôrma completa prestes a ser vibrada.
Realizada todas as etapas anteriores, os colaboradores retiram a manilha recém-formada e a depositam nos lastros dos “trilhos”. Esses materiais ficarão aceitáveis para o uso após aproximadamente 36 horas. Aconselha-se sempre ter atenção com o processo de cura.
Figura 5 – Manilhas pré-fabricadas.
Por fim, um caminhão do tipo Munck as recolhe, encaminhando para a obra escolhida, Figura 6.
Figura 6 – Caminhão do tipo Munck com as manilhas.
- B) PROCESSO CONSTRUTIVO
Figura 7 – Passo a passo da aplicação.
Essas manilhas cujos encaixes são de ponta e bolsas se assemelham a uma tubulação convencional. As boas práticas que balizam a indústria da construção civil indicam que o processo executivo deve acompanhar esse passo a passo:
1 – Escavação: Geralmente auxiliados por retroescavadeira, a escavação mecânica corta longos trechos, atentando para a declividade necessária de projeto e os escoramentos necessários condizentes com as normas;
2 – Preparação do terreno: Esse local pode ser realizado com lastro de areia, de concreto, como o caso da figura anterior, ou outro material especificado pelo projetista. A sua função é proporcionar o suporte necessário para o bom funcionamento das manilhas;
3 – Assentamento de tubos: A retroescavadeira com uma peça metálica na borda prende a manilha e a deposita no fundo da vala, atentando para a declividade e a correta angulação de encaixe com o outro elemento pré-fabricado. Sempre importante evitar a entrada de areia ou outro materiais dentro da rede de drenagem, para que não haja entupimentos.
4 – Rejuntamento e Reaterro: Na ligação bolsa-ponta aplica-se argamassa após o assentamento das manilhas. Por fim, o reaterro é realizado com posterior compactação, figuras 8 e 9
Figura 8 – Compactador de Percussão
Figura 9 – Placa Vibratória.
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DRENAGEM PROFUNDA
Esse tipo de drenagem foca principalmente em amenizar a presença de águas de infiltração e percolação nos solos que causam inconvenientes e problemas para os mais variados tipos de obras de engenharia civil, como o recalque na Torre de Pisa, demonstrada na Figura 10.
Figura 10 – Efeitos do recalque na Torre de Pisa.
Pode-se citar como objetivos desse sistema construtivo:
- Interceptar as águas que possam atingir o subleito;
- Rebaixar o lençol freático, evitando o acontecimento da Figura 11;
- Manter umidade compatível com as condições de tráfego e desempenho estrutural;
- Estabilidade de taludes.
Figura 11 – Elevação do lençol freático em uma estrada devido à percolação lateral.
A drenagem subterrânea têm os seguintes elementos:
1) Tubos:
→ Função: coletar e conduzir a água até o destino final.
→ Tipos: Tubos de concreto; Tubo dreno corrugado, flexível, fabricado em PEAD e outros.
2) Material filtrante:
→ Função: permitir o escoamento da água sem carrear sem finos e consequentemente evitar a colmatação do dreno.
→ Tipos: areia, agregados britados, geotêxtil.
3) Material drenante:
→ Função: captar e ao mesmo tempo conduzir as águas a serem drenadas.
→ Tipos: britas, seixo rolado, cascalho grosso lavado.
Anteriormente, realizava-se a drenagem profunda com uma tubulação porosa rodeada de brita e manta geotêxtil, Figura 12. Este funcionava como uma espécie de “absorvedor” de líquido e de materiais finos para que, em seguida, a brita agisse impedindo que esses agregados miúdos obstruíssem os poros das manilhas porosas. Por fim, a manilha escoava apenas os líquidos, não ocorrendo interferências no seu bom funcionamento.
Por outro lado, com os avanços tecnológicos, algumas empresas criaram um geocomposto drenante, o qual substitui a utilização tanto da manta geotêxtil convencional quanto da brita, barateando o seu uso, Figura 13. Além disso, a sua aplicação é bem simples e rápida, Figuras 14 a 16.
Figura 12 – Método com a utilização do geotêxtil no entorno
Figura 13 – Método atualizado, a manta substitui a brita e o geotêxtil.
Figura 14 – Vala é escavada com o auxílio de equipamento específico.
Figura 15 – A tubulação porosa é introduzida no geocomposto drenante.
Figura 16 – A compactação lateral é necessária para o bom funcionamento.
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