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Igor Pinheiro

C.E.O da Inova Civil
Ativo 17

Dicas Valiosas para a Organização do seu Canteiro de Obras

Neste post, você entenderá boas práticas para instalação do canteiro de obras com foco em segurança do trabalho.

1.1 ALMOXARIFADO 

Os almoxarifados correspondem às áreas que não estão ligadas diretamente a produção, mas que são de vitais importâncias para que o trabalho seja desenvolvido.

Além da função de armazenagem, o almoxarifado controla a entrada e saída de materiais e ferramentas, por todas essas funções ele deve se localizar, de preferência, próximo ao ponto de descarga de caminhões, transportes e do escritório da obra.

Inicialmente, deve-se atentar para as especificações dos materiais e o seu correto armazenamento.

A fim de facilitar a identificação de diversos tipos, é importante ter na obra:

– Catálogos, como da Amanco (www.amanco.com.br) e Tigre (www.tigre.com.br);

– Amostras dos materiais que serão utilizados (Figura 1);

Figura 1 – Amostras de aço.

No âmbito de armazenagem de materiais, temos as seguintes práticas:

  • Separação e posterior identificação dos materiais (Figura 2):

Figura 2 – Forma correta de armazenagem dos materiais no almoxarifado.

  • Armazenamento do aço sem contato direto com o solo e separado por bitolas, com as respectivas identificações (Figuras 3 e 4):

Figura 3 – Armazenamento inadequado do aço.

Figura 4 – Armazenagem do aço identificado da forma correta.

  • Armazenamento do cimento utilizando a teoria da gravidade a seu favor, economizando no despendido de energia no ato do movimento. (Figuras 5 e 6):

Figura 5 – Deslocamento do saco do cimento com o auxílio da gravidade.

Figura 6 – Armazenagem dos sacos dos cimentos.

  • Armazenamento de areia e brita (Figura 7):

Figura 7 – Areia e Brita.

  • Armazenamento de outros materiais:

Chapas de compensado

» Se não houver local coberto para armazená-las, utilizar lona ou qualquer proteção contra intempéries.

» A estocagem é horizontal, para que o produto não empene.

» A pilha não deve exceder 1 m de altura.

» As chapas devem ser suspensas por pontaletes, sem encostar diretamente no piso.

Cerâmicas de revestimento

» A armazenagem deve ser feita em local coberto e protegido.

» A altura máxima das pilhas, sobre estrado de madeira, é indicada na embalagem pelo fabricante.

» As caixas devem ser organizadas por tipo de cerâmica, tamanho, cor e modelo das peças.

Tubos e conexões

» Devem ser armazenados ao abrigo do sol e separados por tipo de junta e por diâmetro.

» A altura máxima de empilhamento não deve ultrapassar 1,80 m.

» Não se deve colocar um tubo dentro do outro para economizar espaço.

» As conexões são mantidas fechadas na embalagem para evitar extravios ou contato com intempéries.

» Se as conexões forem fornecidas soltas, devem ser guardadas em caixas separadas e etiquetadas segundo tipos de linha, junta, marca, série, diâmetro e classe.

Materiais elétricos (fios, tomadas, interruptores, disjuntores, etc.)

» São armazenados em locais fechados para evitar extravios e exposição às intempéries.

» Os produtos devem ser separados em prateleiras e identificados.

» Manter as peças dentro de suas embalagens originais até o dia da instalação.

1.1.1 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DO ALMOXARIFADO

A fim de economizar energia elétrica, os almoxarifados deverão obedecer ao exemplo a seguir (Figuras 8 a 12).

Figura 8 – Iluminação com garrafas PETs do Almoxarifado.

Figura 9 – Garrafas PETs.

Figura 10 – Instalação da iluminação do almoxarifado.

PASSO 1 – Primeiro, marque onde serão instaladas as garrafas PET. Em seguida, utilize a própria garrafa para medir o diâmetro do furo a ser feito no telhado de fibrocimento;

PASSO 2 – Execute o furo com uma serra-copo. Para que haja o encaixe, o buraco deve ser do mesmo tamanho do diâmetro da garrafa. Recomenda-se que 40% da garrafa fiquem acima do telhado;

 

Figura 11 – Suporte e vedação dos espaços no entorno da garrafa com as telhas.

PASSO 3 – Após encaixar a garrafa, amarre um arame em sua tampa. Esse arame será fixado na estrutura de ferro que será presa no telhado;

PASSO 4 – A vedação da garrafa, para evitar infiltrações, deve ser feita em silicone.

 

Figura 12 – Suporte de ferro.

PASSO 5 – A fixação da garrafa é feita por uma espécie de gaiola, que pode ser produzida com sobras de ferro da própria obra. Essa estrutura é parafusada no telhado e, em seguida, a garrafa é presa nela com arame.

1.2 ÁREAS ADMINISTRATIVAS (SALA TÉCNICA)

O escritório da obra é um espaço isolado onde são desenvolvidos trabalhos relacionados gestão da obra. Nesse local, engenheiros, estagiários, mestres e técnicos controlam as frentes que já estão em execução e preparam as próximas.

Nesse local, devem-se controlar os documentos relativos à gestão da obra da forma exemplificada nas figuras seguintes (Figuras 13 e 14).

Figura 13 – Exemplos do correto armazenagem dos projetos e arquivos.

 

Figura 14 – Outro exemplo de controle dos documentos e projetos.

1.3 ÁREAS DE VIVÊNCIA

1.3.1 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS

 Instalações destinadas aos cuidados de higiene pessoal que segundo a NR-18 deve conter um lavatório, um vaso sanitário, e um mictório para cada grupo de vinte trabalhadores ou fração e um chuveiro para cada grupo de 10 trabalhadores ou fração (Figuras 15, 16 e 17).

Figura 15 – Instalações hidrossanitárias do vestiário.

Figura 16 – Importância da limpeza periódica.

Figura 17 – Banheiro Químico que poderá ser locado entre pavimentos para economizar no deslocamento dos funcionários.

A fim de embasar a decisão de colocar um banheiro químico entre pavimentos de um prédio, pode-se dizer que:

Em um prédio padrão com 23 andares, onde cada pessoa leva em média 30 minutos para sair do local de trabalho, locomover-se em um elevador ou em escadas, esperar e utilizar o banheiro no Térreo e, finalmente, voltar ao mesmo posto de trabalho. Além disso, é possível estipular a ida 2 vezes ao dia e um contingente de 100 funcionários. Logo, a perda produtiva por dia seria de 100 horas de trabalho perdidas por dia, o que corresponde em 22 (Dias úteis) x 100 horas = 2200 horas de trabalho por mês. Por outro lado, o tempo poderá ser reduzido à metade com um banheiro químico em um pavimento intermediário.

1.3.2 VESTIÁRIOS

Os vestiários são locais destinados à troca de roupa e estes devem conter, segundo a NR-18, armários individuais dotados de fechadura ou dispositivos com cadeado e bancos em número suficientes para atender aos funcionários.

É essencial ter um conjunto de armários para que os funcionários consigam armazenar os seus objetos pessoais (Figura 18). Salienta-se que é inadmissível a disposição de materiais tais como exemplificados a seguir. (Figuras 19 e 20).

Figura 18 – Armários com cadeado.

Figura 19 – Exemplo inaceitável.

Figura 20 – Outro exemplo inaceitável.

1.3.3 LOCAL DE REFEIÇÕES

O refeitório é o local onde as refeições são efetuadas e que segundo a NR-18 deve conter lavatórios instalados em suas proximidades ou no seu interior, mesas com parte superior liso e lavável, assentos em número suficiente para atender aos usuários e depósito com tampa para os detritos (Figura 21).

Figura 21 – Exemplos de mesas para refeições.

1.4 ÁREAS DE PRODUÇÃO

1.4.1 CENTRAL DE CARPINTARIA

A central de carpintaria deverá seguir alguns parâmetros (Figura 22):

  • Provida de coifa protetora do disco e o cutelo divisor;
  • Ter carcaça do motor aterrada eletricamente;
  • Ser dotada de mesa estável, construída em madeira resistente;
  • O disco deve ser mantido afiado e travado, substituindo-o quando apresentar trincas, dentes quebrados ou empenamentos;
  • Ter extintor próximo.

 

Figura 22 – Equipamentos de segurança para central de carpintaria.

 Por outro lado, esta foto demonstra o que não fazer em uma central de corte de madeira (Figura 23).

Figura 23 – Métodos incorretos de trabalho.

1.4.2 CENTRAL DE BETONEIRA

A central de betoneira deverá ser coberta e dispor de materiais de segurança (Figuras 24, 25 e 26). O local de colocação dos materiais deverá estar ao nível do solo, para que não haja dificuldades para os funcionários envolvidos no processo.

Figura 24 – Materiais de segurança presentes na central de betoneira

Figura 25 – Betoneira com equipamento/caçamba no nível do solo, facilitando o trabalho do betoneiro.

Figura 26 – Exemplo dos equipamentos próximos às baias.

1.4.3 CENTRAL DE CORTE E DOBRA DE AÇO

Por fim, há a central de corte e dobra de aço, a qual não irá diferir das já citadas, ou seja, tem que focar no âmbito de segurança do trabalho e estocagem dos materiais (Figuras 27 e 28).

 

Figura 27 – Estocagem dos materiais.

Figura 28 – Equipamentos de segurança.

1.5 ÁREAS PROGRAMAS, DOCUMENTOS E OUTRAS MEDIDAS DE SEGURANÇA

Nos últimos anos, registraram-se diversas mortes provocadas por acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, causadas principalmente, pela falta de controle do meio ambiente de trabalho, do processo produtivo e da orientação dos operários.

Muitos destes acidentes poderiam ser evitados se as empresas tivessem desenvolvido e executado os programas de segurança e saúde no trabalho, além de dar uma maior atenção à educação e treinamento de seus operários. As imagens a seguir têm como objetivo demonstrar os métodos corretos e incorretos de administrar a segurança do trabalho (Figuras 29 a 37).

Figura 29 – Placas indicativas.

Figura 30 – Áreas de risco isoladas.

Figura 31 – Exemplo de quadros elétricos no canteiro.

Figura 32 – Comparativos de quadros elétricos.

Figura 33 – Escadas deverão possuir guarda-corpo.

Figura 34 – Escadas e rampas deverão possuir guarda-corpo.

Figura 35 – Tipos de extintores e seus respectivos usos.

Figura 36 – Exemplos de sinalização de segurança.

Figura 37 – Andaime seguro.

Por fim, para termos um conjunto de andaimes seguros, é importante seguir as medidas de segurança, como as citadas acima. Além disso, salienta-se que os andaimes não poderão ter suas bases apoiadas em tijolos e nem serem montadas sem a supervisão de um funcionário treinado.

1.5.1 PROGRAMAS DE SEGURANÇA

Há diversos programas que regulamentam a segurança na construção civil, como:

  • PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) = preservação da segurança e saúde dos trabalhadores e proteção ao meio ambiente e recursos naturais.

Normatizado pela NR – 9, o programa citado tende para a parte de Higiene Ocupacional preocupando-se com as etapas de Antecipação, Reconhecimento, Avaliação e Controle dos Riscos ocupacionais, buscando evitar doenças ocupacionais ou do trabalho e até acidentes de trabalho.

Já o PPRA na indústria e na construção civil é obrigatório a partir de 1 trabalhador regido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

  • PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção) = prevenção dos riscos e a informação e treinamento dos operários que ajudarão a reduzir a chance de acidentes, assim como diminuir as suas consequências quando são produzidos.

Normatizado pela NR – 18, esse estudo tende mais para a parte de evitar acidentes de trabalho. O PCMAT é destinado para construção civil. Desde que a obra tenha entre 20 ou mais empregados o PCMAT deve ser realizado.

Na prática esse item mostra que PPRA e PCMAT acabam formando um único documento, ainda com o nome de PCMAT.

“NR 18.3.1.1. O PCMAT deve contemplar as exigências contidas na NR 9 – Programa de Prevenção e Riscos Ambientais.”

  • PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) = Promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores, normatizado pela NR -7.O PCMSO estabelece a realização de exames médicos admissionais, periódicos, retorno ao trabalho, mudança de função e demissional. Assim como tem o objetivo prevenir, monitorar e controlar possíveis danos a saúde e integridade do empregado e detectar riscos prévios, especialmente no que diz respeito as doenças relacionadas ao trabalho.
  • 1.5.1.1CHECK-LIST BÁSICO PARA CANTEIRO DE OBRAS

Este check-list visa à padronização do mínimo necessário aos canteiros da empresa.

Link > ACESSAR O CHECKLIST 

1.6 LAYOUT DE CANTEIRO

Este LAYOUT DE CANTEIRO visa padronizar os métodos construtivos para uma equipe de 20 a 30 funcionários, alguns parâmetros deverão ser seguidos:

  • Depósito de cimento: Deve ser dimensionado pelo estoque máximo previsto (O dimensionamento da área necessária será feito com base no índice de 10 sacos por metro quadrado no min.).
  • Baias de brita e areia: Deve ser dimensionado pelo estoque máximo previsto, que deverá ser definido pela necessidade máxima diária do consumo na obra e pela capacidade do(s) fornecedor (es) de repor o estoque na hora certa. A altura média da areia em estoque deve ser considerada de 1,0m para fins de cálculo da área necessária.
  • Betoneira: Deverá ser um ambiente coberto, com extintor de incêndio próximo. Deve-se locar esse equipamento ao lado das baias de brita e areia e depósito de cimento.
  • Depósito de Aço: Deverá ter um comprimento mínimo de 15 metros e largura mínima que permita armazenar o aço por bitola e permita a sua retirada e condução à bancada de corte.
  • Central de Corte e Dobra de Aço: Deverá ter um comprimento mínimo de 15 metros e largura suficiente para a entrada dos vergalhões e a saída do aço cortado. Terá que ser coberto.
  • Central de Carpintaria: Deverá seguir os padrões de segurança explicitados anteriormente.

Além desses ambientes, há o almoxarifado, refeitório, banheiros, vestiário e sala técnica, os quais estão em anexo na figura 38.

Figura 38 – Layout de canteiro padronizado para obra de pequeno porte (20 A 30 funcionários).

1.7 CONCLUSÃO

Portanto, esse documento tem como objetivo padronizar a maneira de trabalhar no âmbito de canteiro de obras e segurança do trabalho, ou seja, unificando todos os parâmetros adotados. Há ainda exemplos de boas práticas, de acordo com as normas vigentes, a serem obedecidos por todos os funcionários.

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