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Igor Pinheiro

C.E.O da Inova Civil
Ativo 17

Decreto BIM: Serei Obrigado a Utilizar a Metodologia ?

A metodologia BIM já é utilizada aqui no Brasil e tem ganhado cada vez mais espaço no mercado da construção civil brasileira. Para incentivar ainda mais a adesão ao BIM , o Governo Federal emitiu o “decreto BIM” que determina o uso obrigatório da metodologia.

Este decreto entrou em vigor em janeiro de 2021, tornando obrigatório para diversos tipos de obras em nosso país, pensando nisso, preparamos esse texto para falar sobre todos os detalhes que você precisa conhecer sobre a obrigatoriedade BIM.

Figura 1: Metodologia BIM

O decreto que determina o uso obrigatório da metodologia BIM é o Decreto n° 10.306 emitido dia 02 de abril de 2020.

O decreto determina o uso obrigatório do BIM para  a execução de obras e serviços de engenharia realizados, direta ou indiretamente, pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal. 

Desse modo, empresas privadas, que participam de licitações, de obras ou qualquer serviço de engenharia financiado por órgãos governamentais , precisará aderir ao BIM. Além disso, obviamente, órgãos federais como o exército também são obrigados a atender as determinações do decreto. 

A implementação do decreto será em 3 etapas, em Janeiro de 2021, apenas a primeira entrou em vigor, falaremos sobre o que cada etapa irá exigir um pouco mais na frente, primeiro vamos a um breve resumo sobre o que é BIM e quais são as suas dimensões, isso vai facilitar a compreensão das exigência de cada uma das etapas. 

O que é BIM?

BIM é a sigla para Building Information Modeling, em português, modelagem da informação da construção, já temos um conteúdo completo sobre BIM aqui no blog, se você ainda não conhece como funciona, após essa leitura você pode saber mais detalhes clicando aqui!

Mas vamos fazer um breve resumo de alguns conhecimentos que são essenciais. De maneira sucinta, BIM é uma metodologia de projetos, um processo de planejar toda a vida útil de um empreendimento usando um modelo digital que vai muito além de uma construção 3D.

Realizar projetos  em BIM é como construir toda a obra no seu computador, integrando todas as informações desde a representação gráfica, orçamento, planejamento, características dos materiais e etc,  envolve todo o ciclo de vida de uma construção, desde a concepção do projeto até a manutenção da edificação.

2. Dimensões BIM

Dentro do escopo da metodologia BIM existem diversas dimensões, vamos entender um pouco o que cada uma dessas dimensões abrange. 

  • 2D

A dimensão 2D é aquela que nós já conhecemos do projetos em CAD, nas plantas baixas, cortes, e demais pranchas de uma projeto. 

Mas qual é a diferença entre o 2D em CAD e o 2D em BIM? 

A grande diferença é que no CAD a representação 2D é apenas um desenho, um conjunto de linhas. No 2D da metodologia BIM é possível inserir informações aos elementos como o tipo de material, o seu custo por m² e diversas outras, agora cada parte daquela representa é um elemento com características específicas e não apenas linhas. 

Além disso, em softwares BIM, a medida que o projetista vai realizando o projeto em 2D o software vai criando a representação 3D dele de forma automática.

  • 3D

Como já vimos, em softwares BIM o 3D é gerado simultaneamente ao projeto 2D de modo automático, isso melhora consideravelmente a capacidade de visualização do projeto. 

Mas o 3D vai muito além de oferecer uma boa visualização, através dele é possível extrair qualquer corte, vista, ou qualquer visualização do projeto que desejar de maneira automática. Não existe mais a necessidade fazer os cortes da maneira convencional, o software os entrega prontos. 

Além disso, ao fazer uma alteração no projeto, todas as vistas são atualizadas automaticamente, todos os cortes, plantas ou qualquer local que o elemento modificado aparecer serão atualizados automaticamente. 

  • 4D

O BIM 4 está relacionado ao planejamento de obras. Nessa dimensão é incluída a variável tempo dentro do projeto. 

Para isso é necessário utilizar um software de planejamento com suporte a metodologia BIM para que você possa integrar o modelo 3D com o planejamento de obras. 

Com o planejamento 4D é possível realizar cronogramas extremamente precisos e acompanhar o seu andamento com mais facilidade. 

Após fazer a integração do modelo 3D é possível realizar simulações da construção ao longo do tempo. Imagine poder visualizar como a obra deve estar daqui a 6, 12, 24 meses, antes mesmo da obra ser iniciada. 

  • 5D

No BIM 5D temos a inserção da variável custo. Com o modelo 3D é possível extrair de forma precisa os quantitativos da obra que servirão como base para uma orçamentação extremamente precisa. 

Além disso, uma vez realizada a integração do modelo 3D com o orçamento é possível simular como a obra deveria estar depois de gasto determinada quantidade do orçamento. 

  • 6D

O 6D está relacionado ao gerenciamento das instalações do empreendimento, buscando garantir que sejam o mais inteligentes e sustentáveis possível.

Nessa dimensão são adicionadas informações relacionadas ao processo de eficiência energética, o tempo de vida útil dos sistemas e equipamentos e etc. 

  • 7D

O BIM 7D está ligado à parte de gestão e manutenção e envolve trabalhos com operações de gerenciamento  das instalações. 

Os modelos BIM são muito benéficos nestes processos pois é possível rastrear dados como manuais de manutenção e operação, especificações técnicas, informações sobre garantia e vida útil. 

Existem diversas outras dimensões BIM mas essas são principais, as mais usadas aqui no Brasil são do BIM 2D ao 5D, mas com o decreto as outras dimensões citadas tendem a serem aderidas com maior frequência. 

3. Decreto BIM

Como já foi citado, o decreto entrou em vigor em Janeiro de 2021, mas apenas a sua primeira fase.

O decreto é dividido em 3 etapas de implementação que possuem exigências diferentes, vamos abordar cada uma delas com mais detalhes. 

  • 1° fase (Janeiro de 2021)

Na primeira fase exige-se a aplicação de BIM em todos os projetos de arquitetura e engenharia (nas disciplinas de estrutura, hidráulica, AVAC e elétrica), com objetivos de realizar novas construções ou ampliar e reformar as obras já existentes. 

Esses modelos BIM devem obrigatoriamente servirem como base para realizar detecção de interferências, extrair os quantitativos e gerar a documentação necessária.

  • 2° fase (Janeiro de 2024)

Após o período de adaptação, que é a primeira fase, em Janeiro de 2024 entram em vigor as exigências da segunda fase do plano de implementação.  

Nessa etapa será exigido o uso da metodologia na execução de obras públicas de maneira a contemplar mais etapas do processo.

Além de todas as exigências da primeira fase, também será exigido o uso do BIM para o planejamento e orçamento da obra e o acompanhamento deles durante o andamento da construção, além de informações de como foi construído e todas as modificações feitas durante o processo (o as built da obra). 

  • 3° fase ( Janeiro de 2028)

A terceira e última fase entra em vigor a partir de Janeiro de 2028, nessa fase é exigido que a metodologia BIM seja aplicada abrangendo todo o ciclo de vida da obra, passando pelas etapas de gerenciamento e a manutenção do empreendimento após concluída a construção.

Acesse para assistir esse conteúdo em vídeo:

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Referências

Figura 1 – Disponível em: < https://portal.connectedsmartcities.com.br/2021/01/26/construcao-civil-se-adapta-ao-uso-do-bim-obrigatorio-no-setor-publico-brasileiro-a-partir-de-2021/ >.

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