As empresas de construção civil visam à valorização do empreendimento independente do estilo ou padrão. O sistema de revestimento cerâmico em fachada está intrinsecamente interligado a esse fato, proporcionando um acabamento de alto nível para o edifício.
Alguns elementos, como um projeto de fachada bem desenvolvido e todas as equipes envolvidas treinadas de maneira satisfatória, conseguem diminuir os custos, já que aperfeiçoam as etapas executivas e evitam o surgimento de patologias que implicarão em custos de manutenção.
- PROJETO DE FACHADA
Primeiramente, o projetista deverá se ater em algumas premissas e conjuntos de dados a serem fornecidos pelo cliente. Essas informações são as condições ambientais, a arquitetura, as instalações, os processos construtivos e o prazo de execução. Embasados por essas referências, evita-se a incompatibilidade de projetos e desempenho aquém do desejado.
O engenheiro residente com o projeto detalhado, especificações condizentes ao idealizado e técnicas construtivas consolidadas, têm todos os fatores para executar um revestimento de qualidade, prevenindo a ocorrência de patologias, como trincas, fissuras e outros.
Por outro lado, caso não haja fiscalização constante, esse aglomerado de informações não resultará em produtos qualificados. Ou seja, não basta apenas planejar e idealizar, a equipe deve acompanhar e controlar a execução. A Figura 1 ilustra o citado.
Figura 1 – Exemplo de detalhe da fachada.
- INSTRUÇÕES DE TRABALHOS, SÍNTESE DAS BOAS PRÁTICAS
- DEFINIÇÃO DE BALANCIM
O balancim é uma plataforma de suspensão utilizada para trabalhos de construção e manutenção em fachadas de edifícios, Figura 2.
Figura 2 – Balancim.
Na primeira subida são realizados os serviços de fixação da alvenaria, como tamponamento das irregularidades e encunhamento que é o preenchimento com argamassa do vazio entre o elemento de vedação e a estrutura.
Além disso, a superfície deverá ser escovada com escovas dotadas de cerdas de aço, Figura 3, e as pontas de ferros aparentes serão tratadas com tinta anticorrosiva. Essa técnica tende a evitar possíveis patologias decorrentes da limpeza inadequada e acúmulo de materiais indesejados.
Figura 3 – Lixamento da superfície com o equipamento adequado.
- PRIMEIRA DESCIDA
Nessa etapa, a superfície é lavada para a retirada de impurezas
- SEGUNDA SUBIDA
Dando prosseguimento ao processo, o chapisco é aplicado, o qual se diferencia de acordo com a base que pode ser a estrutura ou a alvenaria. O traço convencional para aplicação na alvenaria é de 1:3 (Cimento: Areia Média). A cura deve ser de no mínimo um dia com três aplicações de jatos de água ao longo do tempo.
Nessa fase realiza-se o mapeamento da fachada cujo objetivo é obter as distâncias entre os arames e a fachada em pontos localizados nas vigas, alvenarias e pilares, a fim de definir a espessura do emboço, fato representado na Figura 4. O espaçamento será locado com no máximo de 2,00 m entre arames e afastamento de até 20 cm. Após o mapeamento com a balança no primeiro pavimento, prepara-se o gabarito no 1° pavimento, para que haja entendimento acerca da disposição das placas cerâmicas e da visualização de possíveis erros.
Figura 4 – Emestramento por meio de taliscas de acordo com os resultados do mapeamento.
- SEGUNDA DESCIDA
Depois de decorrido o período de três dias de maturação do material aplicado na fachada, pode-se iniciar a segunda descida que envolve a execução do emboço, o qual possui o traço de 1:1:6 (Cimento; Cal; Areia Média).
Deve-se sarrafear e desempenar após o tempo de aplicação, utilizando desempenadeira de madeira ou PVC compatível com a rugosidade pretendida. Para as espessuras acima de 5 cm, deve-se haver o enchimento de argamassa.
Nesta fase, os reforços com telas metálicas idealizados em projeto são realizados, tal como demonstrado nas Figuras 5, 6 e 7. Essa tela de encontro, conhecida como elemento de transição entre a alvenaria e a estrutura de concreto armado, evita fissuramentos e deformações leves. Também indicadas para os enchimentos de argamassa na fachada, pois agrega aderência e estrutura a camada de argamassa espessa.
Importante frisar a abertura da calha da junta de movimentação com serra mármore com disco segmentado cuja função é fragilizar propositalmente o emboço em locais determinados, Figura 8.
Por fim, deve-se aguardar 14 dias para a aplicação do revestimento cerâmico.
Figura 5 – Execução de emboço externo.
Figura 6 – Reforço na camada de emboço por meio de tela metálica.
Figura 7 – Detalhes dos reforços com tela metálica nos projetos do empreendimento.
Figura 8 – Corte de juntas de movimentação.
- TERCEIRA SUBIDA
Com a função de impermeabilizar a junta, aplica-se a tinta impermeabilizante nesses locais. Esse material é uma tinta elastomérica e tem 24 horas como tempo de secagem.
- TERCEIRA DESCIDA
Neste período, colocam-se os bastões de poliuretano, conhecido como tarucel, nas juntas de dilatação previamente impermeabilizadas, de acordo com a Figura 9.
Figura 9 – Tarucel nas juntas de dilatação.
Dando prosseguimento ao processo, a argamassa de assentamento, AC III ou AC III E, é executada primeiramente com o lado liso da desempenadeira e, em seguida, esse material é filetado, mantando a regularidade dos cordões, não sendo aconselhável superar a área de 1 m² por motivos de tempo em aberto para a aplicação.
Assentar a placa de revestimento com extravasamento total dos cordões, com leve movimento de vai e vem perpendicular a elas. Depois de realizado, bater cuidadosamente a peça de modo a preencher 80% do tardoz. Deve-se atentar ao tamanho da placa cerâmica, caso tenha dimensões superiores a 900 cm², a colagem deverá ser dupla, ou seja, preencher tanto a peça quanto à camada de emboço.
Alguns itens têm relevante importância nesse processo:
- A mistura da argamassa de assentamento deverá ser feita mecanicamente com equipamento de baixa rotação, obedecendo aos períodos e proporções de materiais do fabricante.
- A argamassa deverá ser utilizada em um intervalo de no máximo 1,5 horas, não sendo permitido acrescentar água neste intervalo;
- Observar se há resquícios de materiais pulvurentos no tardoz da peça antes da aplicação.
As Figuras 10 e 11 expõem alguns resultados prévios da fachada em estudo, atentando para o correto alinhamento das peças cerâmicas na primeira figura.
Figura 10 – Alinhamento das peças cerâmicas na fachada do empreendimento.
Figura 11 – Fachada com revestimento cerâmico aplicado.
- QUARTA SUBIDA
Na quarta subida, o rejuntamento e limpeza das juntas de dilatação são realizados, conforme a Figura 12.
Figura 12 – Rejuntamento da Fachada.
- QUARTA DESCIDA
Por fim, aplicam-se o selante nas juntas e limpam-se as cerâmicas de acordo com a Figura 13.
A primeira situação, quando em juntas de dilatação, tem como função a absorção de esforços e espaçamento para de movimentos por diferenças de temperatura e higroscópicos. Os materiais utilizados são bastão de polietileno, selante flexível e fita crepe 48 mm.
Quando em juntas dessolidarização, a função e materiais são semelhantes, porém os locais de aplicações são nas mudanças de planos de revestimento, sem calha de corte.
Figura 13 – Aplicação do Selante.
Já para a higienização, a lavagem deverá remover as sujidades e excedentes de materiais por meio do detergente líquido e fibra de limpeza pesada.
- CONCLUSÃO
Toda essa importância a esse âmbito da construção civil é devido ao fato de a fachada do edifício ser um enorme diferencial no mercado imobiliário, já que a apresentação do empreendimento interfere substancialmente na decisão de compra do interessado. Portanto, deve-se ter o máximo de precaução ao executar essa técnica construtiva, para que haja a satisfação tanto dos funcionários envolvidos quanto dos futuros usuários.
OPA, O POST NÃO ACABOU
OLHA SÓ ESSE PEDAÇO DA PALESTRA DE PATOLOGIAS NAS FACHADAS DO SR. JOSÉ RAMALHO (O ACESSO PREMIUM TEM UM CONJUNTO DE PALESTRAS INCRÍVEIS)
https://www.youtube.com/watch?v=lZDo7e6v96A